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Meio Ambiente: a natureza está desaparecendo no Brasil

O país deve sua grande diversidade biológica à presença de cinco biomas: Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Amazônia

Por Redação

5 mins de leitura

em 14 de jun de 2023, às 11h07

Foto: Pixabay

O Brasil é um país gigante pela própria natureza, mas ela está diminuindo. Lar de quase 20% de todas as formas de vida do planeta, o país deve sua grande diversidade biológica à presença de cinco biomas: Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Amazônia.

Se nossos “bosques têm mais vida”, como canta o Hino Nacional, neste mês de junho em que celebramos o dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5, vale refletir sobre o quanto desta vida ainda resta.

A árvore que dá nome ao Brasil é nativa do bioma Mata Atlântica, que também é a casa da maior parte da população brasileira. Ou pelo menos deveria ser, se a violência do desmatamento não tivesse marcado a história do país.

Embora a destruição contínua da Mata Atlântica tenha sido iniciada pela colonização europeia, foi a partir do século XIX que o desmatamento avançou com mais força. Houve forte desmate neste período no estado de São Paulo, que já teve mais da metade de seu território coberto pela floresta e hoje conta com apenas 28% – na capital paulista, a perda foi maior, restando apenas 17% (Veja aqui os números da sua cidade).

Atualmente, o estado que mais desmata a Floresta Atlântica é Minas Gerais, seguido por Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

No Brasil inteiro…

  • restam 24% de fragmentos de Mata Atlântica
  • apenas 12% são matas virgens, isto é, florestas maduras originais, também chamadas de matas primárias.
  • 64% do bioma original foi substituído por pastagens e lavouras
  • apenas 2,25% da área é ocupada por estruturas não vegetadas, como cidades, mesmo sendo este o bioma que abriga a maior população urbana da América do Sul.

Os especialistas indicam que este bioma, por sua importância ecológica, é prioritário para projetos de reflorestamento.

Foto: Pixabay

Cerrado: sobrou metade

Cerca de 46 milhões de pessoas vivem neste bioma, que é a savana tropical mais biodiversa do mundo, abrigando sozinha cerca de 5% das espécies planetárias. Originalmente, este é o segundo maior bioma brasileiro, cobrindo quase 25% do território nacional.

A ocupação humana sobre o cerrado tem mais de 11 mil anos, mas o desmatamento passou a ser uma tendência apenas a partir do século 19, com forte aceleração no século 21. Aproximadamente metade deste ecossistema continua de pé.

Se as taxas atuais de desmatamento não forem reduzidas – estão em patamar recorde – o bioma sobreviverá em pequenos fragmentos, o que pode significar um corte de 34% da água contida no ecossistema até a metade deste século.

O Cerrado é apelidado de caixa d’água do Brasil, pois muitos rios economicamente importantes para o país nascem e dependem deste bioma.

Caatinga: +60% sem interferência antrópica

Foto: Pixabay

Este bioma existe exclusivamente no Brasil, o que significa que todas suas espécies de plantas e animais são endêmicas, isto é, não existem em outros lugares. Este ecossistema ocorre no Norte de Minas Gerais e em todos os estados do Nordeste, cobrindo originalmente mais de 80% de Pernambuco.

Como todos os biomas brasileiros, a Caatinga é altamente rica em vida, sendo o semiárido mais biodiverso do mundo e também o mais populoso. E também como o restante da natureza nacional, o bioma está ameaçado pelo desmatamento.

Dados do IBGE de 2018 indicavam que ao menos 36% do bioma já estava sob interferência da ação do homem, isto é, pouco mais de 60% ainda estavam protegidos.

Mas um estudo recente do MapBiomas mostra que o desmatamento explodiu na região nos anos mais recentes. Isso eleva o risco de desertificação, um processo que já é sentido em 12% da Caatinga.

Pampa: 36%

Este é um bioma que só existe no estado do Rio Grande do Sul e em parte da Argentina e do Uruguai. No Brasil, já chegou a ocupar perto de metade das terras gaúchas. Atualmente cobre 36% do estado.

A velocidade do desmatamento do Pampa nos últimos 36 anos é a maior do país, segundo estudo do MapBiomas. O impacto é especialmente ruim para as aves migratórias, que dependem dos campos sulinos, como o bioma também é conhecido, para seus ciclos de reprodução.

Foto: Pixabay

Amazônia: perto de 80%

O aumento do desmatamento na Amazônia brasileira chamou a atenção do mundo nos anos recentes por uma razão simples: este bioma é vital para a regulação do Clima no mundo. E apesar de ocorrer em nove países sul-americanos, tem sua maior área no Brasil.

Para se ter uma ideia do risco que o mundo corre, pouco mais de 20% de toda a água doce que chega aos oceanos do mundo vem da foz do rio Amazonas, provendo nutrientes para uma cadeia alimentar de impacto global. 

Os cientistas calculam que se a floresta perder mais do que 20% de sua área, ela começará a se autodestruir, iniciando um processo de seca que a levará a ser uma planície degradada, pobre em vida. Estudos indicam que esse processo pode já estar ocorrendo, com as árvores grandes morrendo antes do tempo, favorecendo espécies mais adaptadas à secura.

O aumento geral das temperaturas do planeta alimenta o risco de colapso na Amazônia, da mesma forma que a queima e o desmatamento da floresta alimentam esse aquecimento planetário, em um círculo vicioso.

A morte da Amazônia significa extinção em massa de espécies de plantas e animais, pois a floresta abriga uma grande reserva da vida na Terra.

Fonte: Climatempo

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