Não faz muito tempo, mas, é possível recordar que para acarretar uma enchente passível de causar danos à população e o comércio de Cachoeiro, eram necessários alguns bons dias (para não dizer semanas), de chuvas intensas e volumosas.
Daí a estranheza das últimas precipitações na cidade e nas regiões vizinhas, sobretudo nas demais cidades com afluentes do Rio Itapemirim.
Ora, em que pese a frequência de chuvas que vêm resultando nas constantes enchentes que acometem as cidades da região sul capixaba, não seria razoável responsabilizar somente esses aguaceiros, que duram de um a dois dias somente. Que os volumes das chuvas são intensos, isto é fato! Mas que a vazão dos rios está comprometida, é inegável!
Resultado das últimas enchentes é o previsível assoreamento dos rios, com detritos, objetos e terra acumulada nas margens e nos fundos dos leitos destes cursos d’água, aliado com as edificações desordenadas nas margens, além das pavimentações irregulares em vias terrestres próximas ao flume, que sistematicamente obstruem a absorção da água da chuva na terra.
Repito, tudo isto, é óbvio. O que não é admissível é a passividade das Prefeituras dos municípios acometidos com tais mazelas.
Com todo respeito, mas informar e acompanhar a população do LEVIATÃ que vem se aproximando, com horas antes da tragédia, não me parece medidas das mais eficientes!
Afinal, o que falta para encarar o problema de forma preventiva? É preciso reiterar em perdas materiais e até mesmo sucumbir em vidas, para aguardar a próxima data do suposto “desastre natural”?
Dito isto, como já remontado, a regularidade de chuvas nos idos da década de 90 ocasionavam tais enchentes. Atualmente, não é lógico transferir para natureza a responsabilidade pela inércia de nossos representantes!
AUTOR: DR. IGOR FONSECA – Advogado. Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho. Pós-Graduando em Direito Médico e Hospitalar.