“… viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar …” (Mestre Gonzaguinha)
Essa oração em forma de canção reflete muito bem a presente realidade da população brasileira, especialmente para a camada desalentada e abandonada por políticas ineficientes. A letra dessa belíssima música é um apelo da alma de quem sofreu e perdeu todos os ideais de felicidade.
Voltando alguns anos atrás, mais precisamente em 2015, ano que antecedeu o impeachment de Dilma Rousseff, o déficit financeiro era um pouco mais de 120 bilhões de reais e o país estava a beira de um colapso fiscal. Hoje, o déficit está alcançando a casa de 1 trilhão de reais, boa parte desse desastre por causa da pandemia.
Para quem gosta de comparar números, no início do ano, o atual ministro da economia torrou em 15 dias 50 bilhões de DÓLARES do tesouro nacional só para tentar conter a alta da moeda americana, um tapa na face desse povo que bradou contra os 25 bilhões de REAIS gastos com a realização da Copa do Mundo de 2014.
Hoje, essa mesma população está humilhada, sem rumo e sem a mínima perspectiva! Gente que investiu, estudou e se especializou agora está recebendo auxilio emergencial do governo e não sabe até quando viverá nessa desconfortável situação social. Essa gente machucada agora terá que votar e escolher seus representantes políticos, logo a política que sustenta e alimenta boa parte dos regalos e dos privilégios. Como abordar e falar para essa gente e qual discurso adotar para alcançar esse exército de desesperançados?
Esse é um dos grandes desafios do universo político que enfrentará uma campanha diferente e dias incomuns. Quem poderá levar verdade e esperança para essa humilhada população? Essa crise toda ajudará o cidadão a identificar os sofistas da política e a entender o utilitarismo por trás da tensionada batalha da personalidades, onde o cidadão é apenas um acessório.
Enfim, essa é a grande complexidade dessas eleições e a maior interrogação para quem busca entender a política brasileira!
Quem será capaz de devolver e de construir a autoestima do brasileiro? Quem alcançará o coração do eleitor e o fará cantar que não tem vergonha de ser feliz?
Aguardando os novos Gonzaguinhas da política,
Weverton Santiago