Ao menos 15 nomes aparecem como pré-candidatos a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Alguns deles ainda são desconhecidos do eleitorado, outros carregam na bagagem experiência política e terão recursos “gordos” do fundo partidário, além de um bom espaço nas propagandas eleitorais gratuitas no rádio e tevê.
Hoje, se apresentam como pré-candidatos Joana Darck (PT), Victor Coelho (PSB), Fayda Belo (PP), Renata Fiório (PSD), Zé Tasso (MDB), Jonas Nogueira (PL), Diego Libardi (DEM), Dr. Izaias Júnior e Tenente Tadeu (PSDB), Fabrício do Zumbi (PDT), Sargento Paulo Sérgio (PATRIOTA), Parraro Scherrer (PSC), Professor Breno (PROS), Guilherme Nascimento (PSOL) e Jovelino Schiavo (PRTB).
Com os nomes apresentados até o momento e a aproximação da data de início das convenções para escolha dos candidatos e coligações, que deve ser deve ser de 31 de agosto a 16 de setembro, as movimentações serão intensas.
As eleições deste ano, que deverão ser adiadas para novembro, serão completamente diferentes das anteriores por conta da pandemia do coronavírus e sairá na frente que tem habilidade com as redes sociais e está em partido que possua bom tempo de propaganda gratuita na tv e rádio. Pela proposta aprovada nesta semana no Senado e que depende de votação na Câmara Federal, a campanha política deve ter início no dia 27 de setembro e se estenderá até a véspera das eleições com data proposta até então para 15 de novembro para o primeiro turno.
Em Cachoeiro, Joana Darck teria o maior tempo de propaganda gratuita, com 59 segundos, se considerar que o PT não terá coligação com outros partidos. Além da vantagem do tempo de tv, a petista teria disponibilizada em sua campanha uma boa fatia dos recursos do fundo partidário. Hoje, o Partido dos Trabalhadores conta com quase R$ 201 milhões do fundo.
A advogada Fayda Belo, nome que teve um bom desempenho nas eleições de 2018, com aproximadamente 5.500 votos para deputada federal, teria disponível 42 segundos de propaganda gratuita. Seu partido conta com fundo partidário de R$ 140 milhões.
A vereadora Renata Fiório também teria uma bom espaço na tv e no rádio com quase 39 segundos a sua disposição. Sua sigla possui um vantajoso fundo eleitoral de R$ 138 milhões.
Já o prefeito Victor Coelho, candidato natural à reeleição, teria 36 segundos de propaganda gratuita. Seu partido contará com R$ 109 milhões do fundo partidário.
Como já dito anteriormente, maior tempo de publicidade gratuita no rádio e tevê fará a diferença. A missão dos pré-candidatos e suas lideranças partidárias será unir outras siglas para assim conquistar mais espaço nos veículos de comunicação.
Nas eleições de 2016, apesar de ter tido o maior tempo de tv e rádio, Jathir Moreira, que disputou a Prefeitura pelo Solidariedade, conseguiu apoio de outros sete partidos, mas não conseguiu se eleger, apesar de ter no início da campanha ter despontado como favorito. O que mostra que espaço na tv e rádio é importante, mas que são necessários um conjunto de estratégias.
Análise de alguns quadros
PP e DEM
Recentemente Fayda Belo e Diego Libardi anunciaram que PP e DEM estarão juntos em um projeto de mudança para Cachoeiro. Difícil acreditar que esse casamento terá frutos. O primeiro ponto a ser destacado é que o presidente estadual do PP, Marcus Vicente, está no primeiro escalão do Governo Casagrande (PSB), que tem como prioridade a reeleição de Victor Coelho (PSB). Como ter em seu grupo alguém que vai trabalhar contra seu candidato? Nos bastidores a aposta é que Fayda poderia vir como vice de Victor Coelho.
Outro ponto a ser destacado é que o advogado Diego Libardi (DEM) é o nome apoiado pelo deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) que visiona o apoio de Casagrande à sua esposa, deputada federal Norma Ayub (DEM), para a Prefeitura de Marataízes. Seria um jogo do tipo: abro mão de Cachoeiro se você apoiar Norma em Marataízes.
O terceiro ponto a ser destacado é o número expressivo de votos que Fayda teve nas eleições de 2018, a vantagem do fundo partidário e tempo de tv e rádio que deve ter nas eleições deste ano. Abriria ela mão de ser candidata a prefeita para compor como vice de Libardi, numa chapa opositora a Victor Coelho? Lembrando mais uma vez que o PP faz parte da base de Casagrande.
PSL
O PSL tinha o nome do vice-prefeito Jonas Nogueira, apoiador do presidente Bolsonaro (Sem partido) para disputar a Prefeitura. Com a saída de Bolsonaro da sigla, Jonas decidiu deixar o PSL.
Pelo andar da carruagem, no que diz respeito a aproximação do deputado estadual Coronel Alexandre Quintino (PSL) com Casagrande (PSB), o PSL poderá ficar na base de apoio a prefeito Victor Coelho, o que seria bom para o socialista que passaria a contar com mais 57 segundos de tempo de tv e rádio.
A executiva municipal do PSL afirma estar em busca de um nome para disputar as eleições deste ano, mas ressalta que poderá apoiar algum candidato.
PSD e PMN
Recentemente o empresário Bruno Ramos (PMN) abriu mão de sua pré-candidatura para apoiar a vereadora Renata Fiório (PSD) ao Palácio Bernardino Monteiro. Renata, como dito antes também terá vantagens perante a seus adversário, pois além do fundo partidário terá tempo de tv e rádio. Se sua candidatura ganhar musculatura, com adesão de mais siglas, poderá ampliar ainda mais essa vantagem.
MDB
O ex-prefeito Zé Tasso (MDB) disse no final de abril que aguardaria o momento apropriado para colocar seu nome à disposição como pré-candidato. Ao que tudo indica, o MDB deverá andar de mãos dadas com o PSB do prefeito Victor Coelho. Atualmente, o presidente do diretório municipal do MDB, Rogério Athayde, pertence ao primeiro escalão de Casagrande, no comando do Procon Estadual.
PL
O PL estendeu as mãos ao vice-prefeito Jonas Nogueira, após ele deixar o PP, mesmo com garantia de apoio e recursos para que disputasse o pleito deste ano.
Jonas afirma que terá apoio do ex-senador Magno Malta (PL), do ex-deputado Carlos Manato (Sem partido) e da deputada federal Dra Soraya Manato (PSL) para disputar a cadeira palaciana.
O pré-candidato terá a missão de atrair outros partidos de direita para a missão de disputar a Prefeitura. Hoje, sua sigla conta com fundo partidário de R$ 123 milhões e aproximadamente 37 segundos de tempo de rádio e tv.
PT



Joana Darck terá a difícil missão de conquistar o eleitorado perdido pelo Partido dos Trabalhadores em Cachoeiro. A sigla esteve no comando da Prefeitura entre 2009 e 2016. Nas eleições de 2016 o PT teve menos de 3% dos votos válidos na cidade (2.748), reflexo dos escândalos de corrupção envolvendo seus filiados.
A petista terá à sua disposição uma boa fatia do fundo partidário e o tempo de tv a seu favor. Terá que se articular para a adesão de outros partidos que compactuam com suas ideias para ampliar a vantagem perante outros candidatos.
PSC
O PSC trabalha o nome do radialista Parraro Scherrer, que já foi apoiador do PT e chegou a ser cogitado em 2016 como candidato pelo Partido dos Trabalhadores. Na época, decidiu não entrar na disputa. Para as eleições deste ano, Scherrer diz está à disposição da cidade. Mas a tendência é que seu partido coligue com o PP da advogada Fayda Belo.
PSDB
Partido bastante tradicional, com fundo partidário de R$ 26 milhões e 32 segundos de tempo de rádio e tv, tem em Cachoeiro os nomes do advogado Dr. Izaias Júnior e do Capitão Tadeu que deverão compor uma chapa puro sangue para o pleito. O nome do prefeito e vice será definido em convenção.
PDT e SD
Há um mês o pré-candidato Fabrício do Zumbi disse que sua sigla, o PDT, deverá andar com o Solidariedade nas eleições deste ano. Juntas, as siglas somam 46 segundos de tempo de tv e rádio. O que se especula é que essa pré-candidatura não seguirá adiante e as siglas poderão apoiar outro nome, para dar mais musculatura a uma chapa rumo à vitória.
PROS
Professor Breno (PROS) deverá ter apenas 10 segundos de tempo de tv e rádio. O pré-candidato conta com outros 3 segundos do DC, partido, que segundo ele, declara apoio a seu nome. A expectativa é de adesão de outras siglas.
PSB



O PSB conseguiu quase 60 mil votos nas eleições de 2016, em Cachoeiro. Se Victor Coelho perdesse 50% do eleitorado, ainda assim teria mais votos que seu opositor Jathir Moreira, que nas eleições daquele ano teve 24.594 votos.
Num cenário com muitos candidatos, os votos seriam diluídos e o socialista, que tem “a máquina nas mãos” e o apoio do governador, poderia sair com ainda mais vantagem.
Em 2016, 28,05% dos eleitores votaram branco, nulo e se abstiveram de votar (36.172). Com a pandemia e o desgaste dos partidos ao longo dos anos, o percentual de brancos, nulos e abstenções deve ser ainda maior. Esse é outro fator que poderá ajudar o socialista em meio a muitos candidatos.
PRÉ-CANDIDATOS E TEMPO DE RÁDIO E TV
JOANA D’ARCK (PT) – 58,60 segundos
PSL – 56,50 (a definir seu candidato) – 56,50 segundos
FAYDA BELO (PP) – 41,80 segundos
RENATA FIÓRIO (PSD) – 38,64 segundos
VICTOR COELHO (PSB) – 35,48 segundos
ZÉ TASSO (MDB) – 37,60 segundos
JONAS NOGUEIRA (PL) – 36,53 segundos
DIEGO LIBARDI (DEM) – 32,33 segundos
IZAIAS JÚNIOR OU CAPITÃO TADEU (PSDB) – 32,33 segundos
FABRÍCIO DO ZUMBI (PDT) – 31,28 segundos
SARGENTO PAULO SÉRGIO (PATRIOTA) – 11,29 segundos
PARRARO SCHERRER (PSC) – 10,24 segundos
PROFESSOR BRENO (PROS) – 10,24 segundos
GUILHERME NASCIMENTO (PSOL) – 12,34 segundos
JOVELINO SCHIAVO (PRTB) – Aproximadamente 2 segundos
NOVO CALENDÁRIO ELEITORAL PROPOSTO
31 de agosto – Permitida a realização de convenções para definir coligações e escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador
16 de setembro – Último dia permitido para a realização de convenções para definir coligações e escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador
26 de setembro – Último dia para os partidos políticos e as coligações registrarem seus candidatos na Justiça Eleitoral
27 de setembro – Liberação da propaganda eleitoral em diferentes mídias e comícios
14 de novembro – Último dia para propaganda eleitoral em diferentes mídias e realização de comícios
15 de novembro – 1º turno das eleições municipais (votação das 8h às 17h)
29 de novembro – 2º turno das eleições municipais (votação das 8h às 17h)
FUNDO PARTIDÁRIO
PT: R$ 200.925.914,05
PSL: R$ 193.680.822,47
PSD: R$ 157.180.452,52
MDB: R$ 154.867.266,21
PP: R$ 140.245.548,54
PSDB: R$ 26.028.246,07
PL: R$ 123.291.771,52
DEM: R$ 114.582.014,53
PSB: R$ 109.473.374,53
Republicanos: R$ 104.420.877,14
PDT: R$ 99.268.623,40
PODE: R$ 88.650.237,68
PROS: R$ 44.662.782,92
Solidariedade: R$ 42.226.143,46
PSOL: R$ 40.671.705,00
Cidadania: R$ 39.432.103,26
Novo: R$ 36.593.934,06 (o partido teria direito a esse valor, mas informou que abriu mão)
PTB: R$ 35.104.450,75
PSC: R$ 33.174.133,61
PCdoB: R$ 30.975.329,95
Avante: R$ 28.147.299,59
Patriotas: R$ 27.486.008,90
PV: R$ 20.513.797,41
Rede: R$ 20.420.046,72
PMN: R$ 5.872.173,76
PTC: R$ 5.634.758,31
DC: R$ 4.025.171,90
PCB: R$ 1.233.305,95
PCO: R$ 1.233.305,95
PMB: R$ 1.233.305,95
PRTB: R$ 1.233.305,95
PSTU: R$ 1.233.305,95
UP: R$ 1.233.305,95
Total: R$ 2.034.954.823,96