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Sistema machista dificulta criação de medidas para proteção da mulher

Parlamentares destacam barreiras encontradas para a implementação de políticas públicas que visam acelerar o processo de punição para agressores

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Foto: Reprodução | Agência Brasil
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O feminicídio é um crime que tem se tornado cada vez mais frequente na sociedade, mas, apesar desse avanço, políticas públicas criadas para acelerar o processo de proteção para as mulheres e punição do agressor ainda encontram dificuldades de serem aceitas ou apoiadas por políticos e instituições  que detêm esse poder.

“Eu, como relatora da Lei na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara Federal, sei o quanto a Lei Maria da Penha é importante para o mundo e o quanto ela foi referência para vários países. O problema no Brasil é sempre o mesmo. Eles dizem que não têm dinheiro para fazer o sistema proteção funcionar”, ressalta a deputada estadual Iriny Lopes (PT).

Além fortalecimento de medidas preventivas, a ampliação de delegacias especializadas, o treinamento dos profissionais da segurança pública e do judiciário para o tratamento das mulheres que são vítimas de violência estão entre as iniciativas que carecem de investimentos, segundo a parlamentar.

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“As medidas preventivas são negligenciadas, sempre colocando a questão orçamentária, baixos orçamentos, como justificativa para não ter varas especializadas, para não ter treinamento, para não ter um serviço público de atendimento imediato, como o disque 180, por exemplo, que, praticamente, acabou no último governo federal, anterior ao do presidente Lula”, explica Iriny Lopes.

Mortes Violentas de Mulheres no ES

Foto: Reprodução | MPES

No Espírito Santo, somente no ano passado, foram registradas 92 mortes de mulheres, de acordo com o Mapa de Mortes Violentas de Mulheres, do Ministério Público Estadual (MP-ES). A publicação ainda aponta que deste total, oito feminicídios aconteceram no município de Cachoeiro de Itapemirim.

A taxa de mortes violentas de mulheres em todo o Estado é de 0,34 homicídios para cada 10.000 mulheres no ano de 2022. Já em Cachoeiro, a taxa é de 0,41 para cada 10.000 mulheres no mesmo período em questão.

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“Historicamente o Espírito Santo é um dos estados que mais mata mulheres vítimas do feminicídio. Precisamos trabalhar de forma ativa à prevenção e enrijecer ainda mais as punições. As medidas protetivas atuais e a burocracia para se alcançar as referidas medidas não são suficientes para proteger a mulher de maneira satisfatória, ou seja, a tempo de impedir que as mulheres sejam mortas em razão de seu sexo”, afirma a deputada estadual Janete Sá (PSB) .

Políticas públicas contra a impunidade

Foto: Reprodução | Assembleia Legislativa do Espírito Santo

A luta contra a impunidade vem sendo uma das principais ações das parlamentares no Poder Legislativo do Espírito Santo.

Janete Sá, por exemplo, sugere a sincronização de medidas de proteção prevista na Lei Maria da Penha com as novas tecnologias para localizar o agressor com mais rapidez quando ele violar as medidas protetivas.

Já Iriny Lopes, busca garantir a proteção dos filhos de mães assassinadas, bem como a reparação social e psicológicas dos entes queridos e familiares que ficaram órfãos.

“Aqui no Espírito Santo nós já temos a Lei Jaciara da Silva, que é uma lei que determina que o Estado precisa se responsabilizar pelos órfãos gerados pelo feminicídio. Se a justiça é feita, o pai vai preso. Se a justiça não é feita, o pai desaparece, se torna um fugitivo. A mãe morreu porque ela foi a vítima do feminicídio”, afirmou a deputada.

Conforme explica a parlamentar, avós,  tios, os parentes de uma forma geral, cuidam, mas a realidade, muitas vezes, é totalmente diferente para algumas crianças e jovens que ficam órfãos das suas mães.

“Tem muitas crianças que ficam abandonadas, transformam-se em moradores de rua, desde cedo. Então essa lei determina que o Estado, através  da assistência social, se responsabilize não apenas pelas questões materiais de garantia de vida para esses órfãos”, relatou.

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