O deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) sugeriu a entrada do governo como mediador e concorrente do transporte por aplicativo como uma alternativa aos preços praticados pelas empresas que operam no Estado do Espírito Santo.
A iniciativa, tem como objetivo evitar a prática de cobranças abusivas, foi abordada pelo parlamentar, nesta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa.
“Nós temos um avanço tecnológico muito grande que permitiu aplicativos a virem ocupar um espaço importante dentro da questão do transporte urbano. Nós estamos vendo pessoas sendo exploradas por alguns aplicativos de transporte público. As tarifas chegam a 40% (percentual do valor da viagem destinado à operadora do serviço). Os aplicativos funcionam de uma forma que, na hora do dinâmico, que mais pessoas precisam, eles mudam o preço pra ganhar em cima”, pontuou Gandini.
O parlamentar ainda aponta como exemplo uma medida adotada pelo Governo de São Paulo, que criou, para fazer uma intervenção pontual, um aplicativo onde ele fixa um valor de ganho para a pessoa que está fazendo o transporte e fixa um valor de administração, pra entrar no mercado e mediar uma situação que está abusiva.
“Como o controle (das empresas) é internacional, nem é no Brasil que funciona esse controle, o dinheiro inclusive vai saindo do nosso país. Como o controle é internacional, até ditar regras temos dificuldade, eles entram simplesmente”, ressaltou.
Regulamentação
A falta de regulamentação por parte das empresas também preocupa Fabrício Gandini.
“Eu acredito que a tecnologia deve vir para somar e não para retirar das pessoas. Sabemos, claro, a pessoa que investiu nessa tecnologia, que inventou essa tecnologia, ela tem direito de ganhar dinheiro pela sua invenção, não tenho dúvida disso. Mas nós precisamos mediar, o governo precisa mediar, ele não pode deixar que isso fique abusivo”, frisou.
A principal queixa do parlamentar é sobre as tarifas abusivas cobradas nos horários de maior fluxo no trânsito. De acordo com ele, o motorista do aplicativo tem uma taxa maior quando tem mais movimento e o usuário também tem que pagar mais quando ele mais precisa, quando tem mais demanda.
“Eu acredito que o governo precisa fazer uma mediação, e aí, inteligentemente, o governo de São Paulo criou esse aplicativo em que ele entra como mediador e como concorrente desses outros aplicativos pra criar uma situação de mercado mais equilibrada, que eu acho que é a função do governo, principalmente quando se trata de saúde, educação, segurança e transporte público. Acho que o governo deve intervir claramente no processo mediador”, concluiu.