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Japão enfrenta recorde de calor dos últimos 147 anos

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Nos últimos dias, o Japão está enfrentando uma forte onda de calor e tempo seco, por conta da atuação de uma área de alta pressão atmosférica.
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Nos últimos dias, o Japão está enfrentando uma forte onda de calor e tempo seco, por conta da atuação de uma área de alta pressão atmosférica. A Agência Meteorológica do país declarou que a estação chuvosa encerrou mais cedo do que o normal, e mais cedo desde de 1951.

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O período mais chuvoso no Japão geralmente vai do começo de junho e termina em meados de julho, só que desta vez, foi três semanas mais curtas do que a média do ano. Durando apenas 21 dias.

Além disso, o grande destaque são as altas temperaturas recentes, com recordes históricos. Na cidade de Isesaki, a noroeste de Tóquio, a máxima chegou aos 40,2°C no último dia 25, sendo a temperatura mais alta para um mês de junho na cidade e a nível nacional, desde o início dos registros, em 1875.

Quebrando ainda, o recorde anterior do dia mais quente para um mês de junho no Japão – que era de 39,8°C, em 24 de junho de 2011.

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Tóquio também merece atenção, pois teve o recorde de maior temperatura máxima da sua histórica, com 36,4°C, registrado na última quinta-feira (30). Além disso, teve cinco dias seguidos com máximas acima dos 35°C, sendo a maior sequência de dias com bastante calor.

Nesse sábado (2) fez 35,2°C na capital, sendo o oitavo dia seguido com temperaturas acima dos 35°C, igualando assim com o ano de 2015 (entre 31 de julho e 07 de agosto de 2015) como os dias mais longos e quentes da história da cidade.

Além disso, Tóquio registrou um calorão de 37°C na sexta-feira (1°), a mais alta nesse período em 147 anos de história.

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Consequências e motivo da conta de calor e do tempo seco no Japão

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O Japão enfrenta falta de energia desde março, quando um terremoto no nordeste desligou algumas das usinas nucleares do país. Recentemente, o governo japonês pediu às empresas e famílias que reduzissem o uso de energia das 15h às 18h, em alguns dias.

Pelos dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o centro sul e o norte estão com um déficit entre 50 e 200mm de chuva do início abril a junho de 2022.

Por consequência também, o reservatório da Barragem de Sameura está com 34,9% da capacidade, menos da metade do seu nível normal para esta época do ano. Há preocupações de que seque em julho.

Isso tudo tem relação com a atuação de uma área de alta pressão atmosférica persistente no Japão, que provoca uma redoma de calor. Além da influência do fenômeno La Niña que ajuda na formação dessas ondas e da ausência de chuva por mais tempo pelo país. Pois, durante esse fenômeno há um deslocamento das correntes de jato (que ficam a mais de 9 km de altitude) e da posição da alta pressão atmosférica do norte do Oceano Pacífico. Além dos efeitos das mudanças climáticas.

Lembrando que a redoma de calor (ou cúpula de calor) é quando uma área de alta pressão atmosférica fica parada por um longo tempo em uma grande parte do continente e permanece lá por dias ou até semanas. Funcionando assim como uma tampa em uma panela, prendendo uma massa de ar muito quente por baixo. O que traz uma consequência de ondas de calor, que pode resultar até em mortes. A cúpula de calor resulta em uma massa de ar estável e persistente que começa a se acumular dentro da tampa e desenvolve a onda de calor, muitas vezes muito intensa e duradoura. As temperaturas observadas durante uma onda de calor são normalmente bem acima do normal e muitas vezes quebram os recordes existentes, como as de agora no Japão.

Tendência para os próximos dias

As temperaturas devem seguir elevadas e acima da média nos próximos dias no centro norte e sul do Japão.

Previsão de chegada da tempestade tropical Aere no Japão

Destaca-se também uma tempestade tropical de nome Aere, no Oceano Pacífico, próximo do sul do Japão, que se formou no dia 30 de junho e agora mais próximo do país, com ventos do sistema que alcançaram os 80,5km/h.

A tendência é que na segunda-feira (4) Aere já atinja o Japão causando chuvas intensas, com raios e fortes rajadas de vento. Aere percorrerá o país, mesmo sendo rebaixado a categoria de depressão tropical, causando inclusive instabilidades até mesmo em Tóquio. Destaca-se os acumulados entre 100 e 300mm até o dia 08 de julho na metade sul do Japão, por conta desse sistema.

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