Beatriz Gazone de Azevedo, de 20 anos, escreveu, nas páginas de um caderno, uma espécie de roteiro que ela e o namorado, João Victor Brito Silva, de 24 anos, deveriam decorar e repetir para a polícia. A história seria usada caso eles fossem chamados para prestar depoimento a respeito do desaparecimento e morte do ciclista Duramir Monteiro, pai de João Victor. Beatriz e João, que estão presos, são réus confessos do crime que aconteceu na terça-feira (28), em Cachoeiro de Itapemirim. Duramir foi dopado, esfaqueado e teve o corpo levado para uma propriedade rural da família de Beatriz, em Estrela do Norte, Castelo. Lá, o casal ateou fogo no cadáver.
No caderno, Beatriz, que namorava Victor há quatro meses, detalhou toda a história que o casal deveria contar em depoimento, para que as histórias “batessem”. Segundo o delegado encarregado do caso, Felipe Vivas, os dois leram e releram as páginas, a fim de não falarem coisas diferentes enquanto estivessem sendo questionados sobre a morte de Duramir.
A história fantasiosa escrita por Beatriz começa no dia do crime. “Terça-feira, João me buscou às 18h no trabalho. Viemos direto pra casa. Começamos a ajeitar a casa, tirar coisas velhas. Ficamos fazendo isso até mais tarde, por volta das 22h. Fomos à casa da mãe de João pegar a comida que tínhamos feito lá. Trouxemos para cá. Comemos e deixamos um prato para o Dudu”.
Ela escreve, que depois que Dudu (Duramir) chegou, guardou a bicicleta e foi até a cozinha para comer. “João entregou-lhe um queijo e deitamos na cama. Dormimos normalmente e acordamos com a mãe do João chamando. Fomos lá e deitamos de novo. Depois, acordei passando mal e pedi ao João para sairmos para irmos ao hospital”.
Quando voltaram para casa, mostra o escrito fantasioso, eles não viram mais Duramir. Ela ainda faz uma simulação de perguntas que os policiais poderiam fazer ao casal durante o depoimento. “Pra onde vocês andaram de carro? Somos de casa, ficamos andando por Cachoeiro normal, fomos em direção ao BNH para ver se a farmácia estava aberta. Depois fomos à padaria”.
Se questionados sobre os horários, a resposta dos dois deveria ser, segundo os escritos de Beatriz: “não ficamos vendo ou olhando o celular. Eu estava passando mal, mas era de madrugada. Mas a hora exata, não sabemos”. E termina: “Do momento em que Dudu comeu e deitamos, foi a última vez que vimos ele. Depois, não vimos mais”.
Veja fotos do “roteiro” escrito por Beatriz:
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