O diplomata de carreira José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos retornou à Casa Civil, no último dia 16 de agosto, de onde havia saído em abril para uma possível candidatura a deputado federal. A estratégia que deveria servir de apoio a possível reeleição do governador Paulo Hartung (MDB), não deu certo. E agora o secretário Estadual da Casa Civil se coloca como apoiador da senadora Rose de Freitas (Podemos).
“Eu topei emprestar meu nome como candidato a deputado federal, na etapa derradeira das alianças. Não era a minha intenção, meu plano, minha família não queria, sabia que era difícil porque não fiz uma preparação para concorrer ao cargo, mas para ajudar considerei. Também tínhamos a expectativa de convencer o ex-prefeito de Aracruz, Ademar Devens (PMDB), para entrar no PSD e ser candidato a federal, mas ele não aceitou”, declarou.
Segundo Zé Carlinhos, o que houve não foi uma desistência, já que na prática nunca ouve uma candidatura. O que o secretário considerava era um cargo de vice na chapa de Rose ou a suplência de Amaro Neto como senador.
Os cenários políticos atuais segundo Zé Carlinhos, são obras de uma engenharia coletiva onde ele, como dirigente partidário (era então presidente do PSD) e peça fundamental da Casa Civil, era influencia certa para as articulações com partidos da base de PH. Inclusive, com a desistência do governador, ficou mais difícil montar o tabuleiro político.
“Quando Paulo Hartung deixou de ser candidato abriu se uma espécie de vazio. Tentamos articular em tornos de lideranças de nosso grupo, como o senador Ricardo Ferraço, o vice César Colnago e o deputado Amaro Neto, mas fomos pressionados pela lógica das disputas proporcionais”, disse o secretário.
Zé Carlinhos é visto como articulador que facilita soluções para os aliados da base de PH. E conforme ele mesmo declarou, uma candidatura de deputado federal, mandato que ele já exerceu de 1999 a 2003, não era compatível com o momento que ele vivia na pasta da Casa Civil.
“Se eu tivesse sentado aqui como pré-candidato eu teria perdido a capacidade de me relacionar com os partidos, e teria dificultado meu trabalho de articulador institucional do governo”.
Oportunidade de ouro
Do lado de Rose de Freitas como candidata ao governo, Zé Carlinhos garante que a senadora trará uma oxigenação para a política estadual.
“A candidatura dela é uma oportunidade de ouro, primeiro para sair do movimento ping-pong entre governador e ex-governador. Ela trará uma oxigenação, uma renovação para o Espírito Santo que nunca teve uma mulher como governadora, as mulheres encaram de uma forma melhor o mundo, com muita sensibilidade. A Rose tem uma longa história política, quando ela começou em 1982 eram raras as mulheres na política, uma jovem sem parentes importantes, sem padrinhos, desbravando a selva que é a política. Ela fez a trajetória dela no legislativo, e se diferencia porque é uma parlamentar focada em entregas concretas, como a entrega do aeroporto de Vitória, são vários os municípios que tem uma marca dela com uma obra, um equipamento, ela é uma espécie de mãezona dos municípios”
Na reta final do mandato o secretário garante que o governador deixa a casa organizada, e toda a estrutura deixada por PH deverá ser aproveitara, com políticas continuadas a fim de seguir com o plano de desenvolvimento do Estado. (Lorena Giordina/ADI)